Poéticas da Experiência

277753173_383041533827602_5593175825488860748_n

curadorias

Breves curadorias feitas pelos pesquisadores (alunos e professores) do grupo, em diálogo direto ou indireto com suas pesquisas.

Algo se enerva para

além de mim, parte

de um sol em luto,

talvez por ser o nada

o eixo de tudo:

o sal sobre a pedra,

um caracol à deriva

– e em cada parte

um nome-corpo

exato no que hesita.

(Edimilson de Almeida Pereira)

De uma forma ou de outra, a curadoria sempre esteve presente entre os participantes do Poéticas, não apenas porque as pesquisas, não raro, se traduzem em mostras e exibições em festivais e cineclubes, mas também porque montagem e remontagem são procedimentos comuns tanto no trabalho curatorial, quanto no trabalho de pesquisa. Trata-se, nesse caso, menos de julgar e selecionar obras estéticas, do que de compor com elas um pensamento, instaurar com elas processos de rememoração, retomar pequenas histórias, produzir agenciamentos políticos entre as imagens e o mundo. Ali, entre luto e luta, entre opressão e fabulação, algo se inquieta, “se enerva para além de mim”: quando não são tomadas pela bolsa de valores dos nomes e das apostas, nem pelo cálculo abstrato da produção acadêmica, curadoria e pesquisa são atividades que podem nascer dessa inquietude: contribuem para dar a ver mundos e saberes invisibilizados, memórias apagadas; vidas que existem, persistem, que inventam e imaginam outras histórias e formas de futuro. Ou, como sugere ainda o poema de Edimilson de Almeida Pereira, nomes-corpos exatos no que hesita.